sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não me venha com essa de Manipulação!

Graça, Paz e Alegria!


Examinai tudo. Retende o bem. 1 Tessalonicenses 5.21


Muito se fala sobre a Igreja manipular o pensamento das pessoas. Mas o que significa Manipular?


Verbo
ma.ni.pu.lar transitivo
Preparar com a mão;
Preparar (certos medicamentos) com vários símplices;
Engendrar, forjar;
Perverter, orientar;
Manobrar.

Substantivo
ma.ni.pu.lar masculino
Soldado romano que fazia parte de um manípulo.


Eu nem sabia que podia ser substantivo...

Se o significado adotado para a Igreja sobre "manobrar" for orientar, sem crise! Mas se for perverter, manobrar, forjar, temos que pensar bem no que se fala nesse sentido.

Não serei simplista em dizer que isso não ocorre! Infelizmente, não é possível negar tal.

Como não é possível negar que apenas exista a questão da orientação! Ambos ocorrem...

Mas se fala muito sobre a Igreja manipular nesse sentido de "manobrar". E se esquece que as pessoas podem avaliar o que quiserem e reter o que elas acharem que é bom. É o que diz o texto Bíblico que está lá em cima! Peraí: Texto Bíblico que orienta a conhecer tudo e reter o que é bom? Pois é...

Ninguém é obrigado a aceitar o que a Igreja diz! Como ninguém é obrigado a aceitar o que um Partido Político diz, como ninguém é obrigado a aceitar o que um Clube de Futebol diz... Vou ficar com essa "trindade" de assuntos que fazem parte daqueles que dizem que não podemos discutir (?). Podemos e devemos, com recomendação da Bíblia tão criticada por muitos, conhecer tudo para ter uma adequada decisão!

Não teria a mesma intenção de manipular a opinião das pessoas que acreditam nas coisas da Fé aqueles que dizem que a Igreja manipula? Insisto: absolutos não existem nesse caso! Nem há a ausência de manipulação, nem há apenas isso em todos os lugares! Mas ao dizer que a Igreja faz isso, quem diz também está tentando manipular a opinião das pessoas que não avaliam tudo e observam apenas os exemplos de manipulação de fato.

Agora, emitir opinião não é manipular! Em última instância, ninguém pode manipular ninguém, a não ser que a pessoa queira ser manipulada! Fala-se do que acredita, do que pensa, mas as pessoas só vão acreditar que é assim se elas quiserem! Porque se a Igreja manipula, todos os outros também manipulam, puxando "a sardinha para a sua brasa".

Sei que há os que não dão toda a informação... Mas as pessoas só aceitam isso como última palavra se quiserem! Podem buscar em outras fontes! Ou não? E mesmo que não consiga saber todas as possibilidades, pelo menos a pessoa tem que decidir em cima do que ela consegue e não apenas em cima do que um ou outro fala. Tem que buscar o máximo possível para avaliar, ainda que não consiga tudo, pelo menos decidir o melhor em cima do que conseguiu!

Conheça tudo, saiba as mais variadas posições, opiniões, possibilidades e guarde o que é bom. Eu conheci muita coisa, não me nego a conhecer, busco conhecimento, mas guardo o que eu acho que é bom. Tenho entendido que devo guardar a fé da forma como vejo nas páginas da Bíblia. E mesmo que um Bispo diga que a opinião deve ser diferente, procuro em oração e leitura, conversas e muito mais, chegar ao entendimento que está certo ou errado o que foi dito. Não é porque uma autoridade em matéria de Fé disse algo que tem que ser aceito como "Lei de Fé". Se essa autoridade falar algo que vá contra Deus, por exemplo (negá-lo - exemplo de Sadraque, Mesaque, Abdenego ou Daniel, que foram contra a autoridade política, foram condenados, mas por fazer o certo, para testemunho, foram salvos dessas punições), é possível ir contra uma autoridade, mas depois de avaliar se ela está indo contra Deus. Mas o que vejo confirmação nas páginas da Bíblia e na busca por interpretação, aceitamos! O que não vemos, dizemos do erro. E assim seguimos.

Mas ao dizer do erro quero manipular as pessoas a pensarem como eu? Pessoalmente não tenho essa vontade! Até porque conversando com outras pessoas posso abrir meu entendimento e ver algo que não tinha visto originalmente! Agora, aceitar apenas por aceitar, eu não posso. Preciso conhecer e guardar a minha opinião. Ainda que ela seja igual a de uma autoridade de Fé, ainda que seja igual ao que a Igreja pensa, ou que determinado partido político fala, eu guardo a minha opinião, depois de conhecer o máximo possível! Sei que posso não ter todas as informações, mas não aceito uma como a única certa! Mesmo que não tenha todas, pelo menos entre as que consigo, busco formar a minha opinião!

Em última instância, quem diz que a Igreja manipula, quer também manipular, contra a Igreja. Não quero entrar no mérito de quem está certo (até porque podemos ter casos em que um estará, em outros casos, o outro), mas generalizar é uma forma de manipulação. E, se for assim, os políticos que pedem nosso voto estão tentando manipular nossa opinião, para ganhar nossa confiança. Ainda que seja uma manipulação, temos que tomar a nossa decisão em cima do que temos de informação e buscar todas as possibilidades de informação, avaliar com inteligência e o mínimo de lógica cada situação. E, ao tomar a nossa decisão, ela tem que ter como base ao menos a informação que temos, mesmo que ela não seja completa. Não devemos errar por aceitar algo sem avaliar antes. Se não nos dão todas as informações para avaliarmos mais, errados estarão os que não nos dão essa informação completa. Nós, precisamos tomar a decisão como nossa em cima do que temos e ser sinceros com nossa consciência, ao menos!

Não aceite ser manipulado! Conheça as coisas da Fé, busque suas experiências pessoais. Cada pessoa que dá um testemunho teve a sua. Busque as suas! Seja edificado com a experiência dos outros, mas queira ter as suas, para que você possa ter a sua conclusão e não apenas aceitar o que dizem que é. Como foi com Jó:

Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos. Jó 42.5

Ele já vivia as coisas da Fé porque entendia que era o melhor. Mas depois de passar por uma grande aflição, ele disse que antes só conhecia de ouvir falar, mas que depois dela, sentiu na pele o cuidado do Senhor!

Diga não a qualquer tipo de manipulação! Conheça tudo e guarde o que é bom! É o que fiz e faço, e tenho achado muito bom seguir o caminho da Fé em Jesus Cristo. Posso dar meu testemunho, claro, mas prefiro que além de saber o que Deus fez na minha vida, você sinta na sua experiência de vida isso e possa dizer que é bom ouvir o que dizem, mas que você acredita não apenas porque ouviu pessoas falarem, mas porque avaliou na sua vida e sentiu que valia a pena e assumiu como sua essa opinião! Que não seja por manipulação, mas por sentir na vida, que você creia!


Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu voto em Marina!

Olá!

Estou escrevendo meu post inaugural um tanto inquieto diante do que li sobre a "mudança de voto" do Pastor Silas Malafaia! Não que eu queira aconselhar qualquer pessoa a votar em qualquer outro candidato. Longe disso! Minha inquietação é em cima do que li em sua carta "NÃO VOTO MAIS EM MARINA E DIGO POR QUÊ"

Para ler essa carta, você pode clicar aqui.


Eu preciso pontuar algumas coisas que foram a causa da minha inquietação diante da leitura:

1) Marina disse que pessoalmente ela é contra aborto e maconha. Ela não dissimulou, pastor Silas Malafaia! Ela disse que é contra! Para definir a verdade, o que deve ficar claro é que ela, apesar de se dizer pessoalmente contra, entende que um plebiscito deve ser convocado para a definição da situação. Mas é necessário fazer o registro que ela disse que é contra! E mais: ela disse isso desde o começo da campanha! Não disse apenas agora, mas desde o começo! O amado não estava acompanhado desde o início?

2) Ao fazer um plebiscito, aí sim o povo poderá ter todas as devidas informações! Quando aconteceu o plebiscito sobre o desarmamento, as pesquisas davam conta que a aprovação seria definitiva e categórica. Se foi o melhor caminho ou não, depois da discussão e da apresentação dos fatos de ambos os lados, a lei não passou como se queira originalmente. Ao "jogar para a torcida" como o amado pastor disse, ela estaria dando muito mais responsabilidades para nós, para fomentarmos a discussão, levantarmos os argumentos sociais, morais e no nosso caso, também os religiosos e de fé, sobre o assunto! E o próprio amado teria mais chance de ajudar na conscientização do povo, principalmente pelos meios de comunicação!

3) Como escrevi no primeiro ponto, ela se disse pessoalmente contra. Isso é ser radical em sua vida cristã. Agora, ao liderar uma Nação (que é diferente de liderar uma igreja, e ainda assim, alguns enfrentam problemas com pensamentos diferentes), é preciso cautela. Entendo que ela está sendo "simples como uma pomba e astuta como uma serpente" (Mateus 10.16) no "meio de lobos". Ela tem sua posição definida, mas precisa que todos "comprem" a ideia de sua posição na presidência para, daí, ouvir o próprio povo em assuntos delicados, que não serão decididos simplesmente por pessoas de fé, mas de todos os lados e todas as direções da sociedade, que é para quem ela governará se eleita.

4) Ela disse que é contra. Se o amado pastor diz que ela devia dizer isso, ela disse! Logo, não se justifica essa reação, a não que se quisesse que ela definisse por decreto essas coisas. Porque ela disse com todas as letras que ela é contra essas coisas, mas que tem que conversar com a sociedade, pois o assunto envolve muito mais coisas que apenas a posição pessoal de fé e moral. E como escrevi, esse seria o momento de aqueles que são contra, abrirem o debate, permitindo uma conscientização da sociedade. É claro que isso abriria a chance de outros que apresentam posição diferente também falarem, mas seria como no caso do desarmamento: se a decisão foi certa ou errada, não entro no mérito. Mas sem a conversa, as pesquisas davam conta de uma direção (com mais de 85% inicialmente) e depois das conversas, o resultado foi outro.

5) Quais são as raízes petistas nesse caso? Seria muito importante o amado esclarecer este ponto!

O amado deve votar em quem entender que deve votar e ponto! Mas as razões que o amado apresentou não são fortes o suficiente para uma mudança de voto, porque, infelizmente, mostra falta de conhecimento de tudo o que a candidata já afirmou. E desde o começo!

Ela tem posição contrária. E eu também! E como ela, entendo que devemos fazer o plebiscito sim, para uma maior conscientização da sociedade. E nós teremos que trabalhar nessa direção. Até porque, mesmo que não se faça a opção por isso, alguma movimentação popular como no caso da "Ficha Limpa" pode surgir a qualquer momento e o assunto entrar na pauta, quer seja decisão do presidente (quem quer que seja) ou não, com a mídia a favor ou contra. E talvez, se tiver um clamor popular antes, não seja tão simples fazer o trabalho de conscientização depois...

Se o amado entendeu que deve deixar de votar na Marina porque ela tem posição em cima do muro, lamento, mas isso é injustiça! Porque se o amado ouviu ela falando do plebiscito, deveria ter ouvido o que ela disse antes, falando que pessoalmente ela é contrária. E se o amado nem ouviu nada, mas foi por alguma informação que chegou a esse entendimento, quem informou não revelou tudo! Ela é pessoalmente contra, mas entende que a sociedade precisa discutir de forma madura o assunto, para que não seja apenas uma decisão tida como religiosa e fundamentalista, mas fundamentada na ampla discussão que será realizada caso tenha mesmo tal plebiscito, permitindo que nós possamos dizer que somos contra por questões de fé, questões morais, sociais e todas as razões porque somos contra, não apenas por opção religiosa. E, insisto, ela ser a favor ou não de plebiscito, não muda o fato de que a sociedade pode se organizar e como foi com a "Ficha Limpa" encaminhar questão. Esquecer dessa possibilidade, é ser minimamente informado sobre as possibilidades. A mobilização popular pode ser aliada ou ir contra a decisão de um governante. Não levar isso em conta é ser muito ingênuo!

Espero que o amado, que tem muito mais visibilidade que eu possa ler este texto e fazer os ajustes necessários. Não no voto, porque o amado pode votar em quem quiser votar! Mas na visão errada de que Marina está em cima do muro, porque tal visão é injusta e não se confirma com as falas da Marina desde o começo, principalmente em debates, como os promovidos por Redes Católicas e o da Rede Record, onde ela disse que pessoalmente é contra, mas entende que a sociedade precisa conversar sobre o assunto, ser mais informada e decidir. E não esqueçamos que mesmo que ela não queira (ou qualquer outro governante também não queira), a mobilização popular pode levar a tal, talvez nos dando menos tempo e espaço para discussão e conscientização. O Congresso pode votar e, mesmo que haja veto, o veto pode ser derrubado! Logo, ela não está em cima do muro! Ela é contra!



Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
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