quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O que as pessoas não entendem no conflito no Oriente Médio?

Olá! Graça, Paz e Alegria!

Estou quieto e me sinto consumido por isso. É uma "autocensura" para evitar comentários de quem acha que estou apenas dando minha opinião. Não estou, falo com base na história que muitos negam para realmente dar opinião como se fosse história. Não estou dando opinião, ainda que não seja possível tirar algo do meio do texto. Estou falando dos eventos, dos fatos históricos. Mas quem acha que a opinião dos outros é que é história, acha que a história que escrevo é mera opinião...

O que as pessoas não entendem no conflito no Oriente Médio - e nesse caso é o Conflito no Oriente Médio mesmo, não é simplesmente a guerra entre Israel e Hamas, mas todo o conflito, que tem esse novo capítulo entre esses dois atores - e é entre Israel e Hamas, não é contra a Palestina:

- Quando se fala da necessidade de Israel deixar de ocupar, pensa-se que seja a ocupação que acontece na Cisjordânia. Eu não tenho como negar essa realidade, mas as pessoas confundem o que acontece ali com o que acontece em Gaza e aí, é melhor tomar cuidado com esse tema, porque a confusão não ajuda, antes, faz criar teses sobre coisas que aconteceriam em Gaza, mas que não acontecem ali. Abafa-se as razões para a ação israelense ali na Cisjordânia e defende-se que é mera ocupação. As pessoas simples acreditam que se isso for retirado, o Estado Palestino nasce. Deveria ser assim, eu concordo. Mas na prática, não é assim tão simples. Em 2005, apesar das pessoas negarem, Israel desocupou Gaza. Até mortos conhecidos foram exumados e não ficou nenhum israelense em Gaza. Resolveu? Não. O Hamas tomou conta e temos o que acontece agora. As pessoas tentam fingir que Gaza tem essa ocupação. Não tem. É a Cisjordânia, onde, inclusive, o Hamas ou qualquer outro grupo terrorista ou extremista não apita e a Autoridade Palestina tem certa autonomia, dentro dos limites que Israel erradamente do ponto de vista internacional define, mas que por conta do que aconteceu em Gaza, mostra-se uma medida que carece de um pensamento diferenciado por parte da comunidade internacional. Há que se resolver o caso dos radicais para que realmente uma solução seja encaminhada.

- Cisjordânia e Gaza são a Palestina. Mas são áreas separadas, distintas, como se fossem estados diferentes de um país, cidades diferentes de um estado ou bairros diferentes de uma cidade.

- As ocupações são na Cisjordânia. Há exército, ações, postos de controle, estradas fechadas para israelenses passarem enquando palestinos esperam, porque os radicais matavam israelenses antes. Enquanto se define a ação terrorista do Hamas como mera reação, Israel fechar a estrada para defender os seus de ataques é tido como errado. Entendo como errado mesmo, mas se fosse para preferir entre Ação Terrorista e fechamento de estrada como reação, eu iria preferir o fechamento da estrada todas as vezes que fosse consultado, até ter uma solução de fato. Até por entender que ataque terrorista não tem explicação, não é mera reação, não pode ser classificado como nada, a não ser ataque terrorista e condenado sumariamente.

- O Hamas não age pela Cisjordânia, onde há ocupações. O exército israelense não deixa isso acontecer. Mas em Gaza, o Hamas age porque Israel deixou, em 2005, como parte da última tentativa de acordo que não prosperou. Mas Israel cumpriu mesmo assim uma parte, que era deixar Gaza. Mas acham que o Hamas reage pelo que acontece na Cisjordânia. Sem sentido, mas acham, e até tentam fazer parecer que Gaza está no pacote, negando os fatos históricos da saída de Israel de lá até com os mortos. O atual ataque é contra Gaza, para atingir o Hamas. Não há ataques na Cisjordânia, porque lá o exército já está agindo. O ataque não é contra a Palestina, mas contra o Hamas. Mas como os combatentes não vão para o deserto para lutarem entre si fora da cidade, pessoas que não estão ligadas com isso acabam sofrendo com as ações. O Hamas dificulta a saída das pessoas para que sirvam de "escudo", tanto para tentar impedir um ataque, como, caso o ataque aconteça, possa dizer que esses estão sendo atingidos. Mas quem tem má vontade com Israel não aceita a realidade.

- Veja que digo que a ocupação deveria deixar de existir. Apenas vejo que se acontecer na Cisjordânia como aconteceu com Gaza, a chance da história se repetir e os radicais tomarem conta é maior que de ter uma solução. Isso precisa ser levado em conta nessa equação. Também entendo como atitude hipócrita convocar os jovens para o serviço militar mas deixar nos EUA o filho do primeiro ministro. Não sou do tipo que escolhe um para estar certo e o outro para estar errado. Mas no caso em questão, o que se discute criticando apenas Israel é descolado dos fatos históricos e da realidade do que acontece naquele lugar. Muitas coisas são mentiras. Como, por exemplo, a que diz que a região já era Palestina e as terras foram tomadas. A Região tinha o nome, como a Região Amazônica tem esse nome. Mas não era um Estado independente, nunca foi. Sempre esteve sob domínio de outros, inclusive dos Hebreus nos tempos Bíblicos. O nome da Região era Palestina, mas não era um estado independente, autônomo, sempre outros dominavam a região e esse dominadores até eram os principais moradores.

- O que os radicais definem como ocupação não é o que acontece na Cisjordânia. As pessoas comuns defendem que seja isso, e que se isso se resolver, a solução chega. Mas os radicais, como o Hamas, que se aproveitou de Israel não estar mais em Gaza como está ainda na Cisjordânia, não pensam que a ocupação por parte de Israel seja apenas o que acontece na Cisjordânia. Eles entendem que Israel deve ser riscado do mapa, extirpado como a um câncer. A ocupação é o fato de Israel estar lá. Para esses, não existe Dois Estados: Israel deve ir embora, de preferência, ser exterminado. É preciso ter isso em mente e colocar na mesa essa realidade em vez de fingir que não existe isso. Não há genocídio em que o povo aumente. Não há apartheid quando há convivência, e ela existe por parte do israelenses com palestinos. Cuidado com palavras fortes que significam muito mais e são usadas apenas para impactar. Se elas forem usadas com frequência, vão se tornar "comuns" e quando acontecer realmente, as pessoas já não serão impactadas até que seja tarde demais. O desejo dos radicais é acabar com Israel, e nem assim se pode falar de genocídio, mesmo que eles consigam avançar e a população sofra uma queda, porque Israel tem como se defender antes que isso realmente aconteça. Em países árabes, israelenses não podem viver com tranquilidade, há até outros lugares do mundo em que isso é realidade - judeus passam por muitos problemas. Nem assim se deve falar em apartheid, ainda que seja uma tentativa de ir nessa direção. Mas não é e não é adequado falar como se fosse.

Poderia escrever mais. Mas como sei que essas coisas para muitos não são a realidade, apenas o que falo de Israel seria, e outras tantas que inventam mesmo contra a realidade histórica, prefiro parar por aqui neste momento. Se em outro momento entender novamente que devo escrever mais, volto ao assunto.

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
http://www.ministeriocompartilhando.com.br

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Ação e reação? Como fica a tese dos Dois Estados? Quais são os fatos históricos?

Olá! Graça, Paz e Alegria!

O que eu acho interessante, é que aleatoriamente alguém pode achar uma imagem de satélite com algo que eu fiz no meu quintal... Mas eu não acho uma única imagem que comprove a movimentação que alegam que Israel fazia antes deste momento de guerra.

Não precisa acreditar em mim. Eu vou apresentar dados e você pode pesquisar por conta própria!

Se você quiser questionar o que escrevo, resolva os meus questionamentos com dados e fatos, não com narrativas ou desconfianças, ou apenas repetindo o que eu já apresentei que não está certo, precisa achar uma resposta e não apenas repetir, por favor:

- Eu encontro um mapa dando conta da região que era denominada Palestina em alusão aos tempos Bíblicos (negam a Bíblia, mas para isso, serve) e a partir desse mapa, dizem que a região perde espaço. Mas para gerar um viés interpretativo, uma manipulação mesmo, ESCONDEM que a região não era autônoma, não era independente. Logo, não tinha terras próprias, apenas tinha um nome. Se você encontrar que essa região era autônoma, independente, por favor, me atualize, porque eu nunca achei isso!

- Defendem a tese dos Dois Estados e dizem que Israel não aceita, invade, apronta. Mas desde 1937 se fala oficialmente de negociações para os Dois Estados. E todas as vezes, os árabes negaram a possibilidade. Os árabes negaram! Não reconhecem Israel e dizem que querem varrer Israel do mapa, que querem extirpar como a um câncer. E a defesa de muitos contra Israel se baseia naquele mapa que citei anteriormente, porque se a terra já era da Palestina, não tem razão em ceder para Israel. Acontece, repito o que escrevi antes, que a região não era autônoma, independente, ela apenas tinha um nome para registro de que lugar se falava e usava-se o nome dos tempos Bíblicos. Apesar de todas as vezes que os Dois Estados foram negociados oficialmente Israel ter aceitado termos e feito concessões, argumentam que não tem o que a Palestina ceder com base naquele mapa que esconde um dado importante para gerar um viés interpretativo, que não tem razão de negociar. Logo, se dizem que Israel que negocia não quer os Dois Estados e os Árabes falam abertamente em riscar Israel do mapa, e ainda a Palestina não tem o que ceder para Israel, essa tese não existe! Se quem negocia, dizem que não quer, imagina quem não negocia!

- Fala-se da movimentação de Israel e de um possível genocídio palestino. Mas o povo segue crescendo. Esses são os dados. Em genocídios, o povo começa a diminuir. A região piorou muito depois da chegada do Hamas, isso é um fato, mas não querem levar em consideração isso para pensar nos problemas que acontecem ali, tem que ser só culpa de Israel. Não vejo assim! O que o Hamas faz lembra os eventos de depois da independência de Israel e das guerras que aconteceram depois disso. Qualquer problema serve a um objetivo maior que é ter razões para varrer Israel do mapa, então, podem agir fazendo maldades para parecer que outro fez. Um movimento que quer riscar Israel do mapa e agora tenta gerar problemas para gerar narrativas para culpar Israel e seguir nesse movimento de sempre registrado na história, não é interpretativo ou narrativa, é fato confirmado com dados históricos - varrer Israel do mapa!

- Eu não acho uma imagem que confirme a narrativa que Israel invade a região. No máximo, chego ao mapa que citei antes, mas ele esconde um dado, já falei disso, e a interpretação fica manipulada. Como citei no começo, até o que eu faço no quintal pode aparecer em imagem. Por que um país "inimigo" não conseguiu essa imagem que prove essa movimentação? Por que insistem na narrativa sem essa imagem que seria conseguida facilmente? Querem apenas dizer que os EUA não deixam a ONU investigar, mas essa imagem acabaria com qualquer tentativa de impedir! Mesmo que depois ela fosse perdida como prova jurídica, a utilização dela serviria como perder uma peça no jogo de xadrez para abrir o jogo e ganhar. Eu não acho essa imagem! Já tem imagem do "antes e depois" desses dias de guerra, mas não tem essa do alegado movimento anterior de Israel!

- Quando a guerra começa, a razão deixou de ser usada, não tem mais argumentos, lógica, nada. Todos perderam a razão e vão resolver no tiro. Até isso começar, ainda é possível apelar para bom senso, depois, nenhum lado tem isso por um tempo. Há pouco tempo, no começo da guerra entre Rússia e Ucrânia, negociaram os corredores humanitários algumas vezes até o primeiro dar resultado. Não acontece logo no começo, não adianta ficar tentando isso, infelizmente. Não há bom senso ou lógica mais. Leva um tempo até isso se ajustar. Deveria ser possível, pois há pessoas que não participam dessa loucura, podem ser amigos e trabalharem juntos, judeus e palestinos, mas a história mostra que isso não acontece no começo de uma guerra, infelizmente, insisto. Mas fala-se muito dos palestinos com problemas no meio da insensatez da guerra e querem solução. Agora, os reféns que o Hamas fez, ainda que se fale, não vejo movimentação para corredor humanitário. As duas coisas precisam acontecer! E para ontem!

O que eu realmente vejo é um grupo querendo defender Israel e o outro querendo defender a Palestina. Alguns tentam usar a tese dos Dois Estados, mas entendem que o outro lado é que não quer, quando a história mostra que Israel negociou todas as vezes, mas os Árabes sempre negaram. Alguns dizem até que não há o que negociar com base naquele mapa que citei, mas não preciso repetir novamente que há manipulação na interpretação. E agora, dizem ser só reação a algo que não pode ser provado, não tem uma imagem de satélite, mas temos que acreditar que Israel é que aprontou primeiro e houve mera reação. Reação matando bebês? Isso confirma mais o que eles dizem de "riscar Israel do mapa", matando a próxima geração, que mera reação... Bastava uma imagem de satélite, mas tudo o que apresentam é que os EUA não deixaram a ONU investigar ou um mapa que esconde um dado importante para gerar viés interpretativo. Mesmo que fosse reação, nem isso poderia ser aceito da forma como foi, uma imagem de satélite poderia resolver melhor o caso que fazer senhoras como refém ou matar bebês...

Se for possível, espero que seja realidade ter os Dois Estados. Acho que depois deste momento, teremos mais uma rodada de negociações e espero que a opinião internacional, que parece esquecer de todas as outras, acompanhe esta com atenção. E espero que como sempre, Israel aceite a tese, mas que diferente do que aconteceu das outras vezes, a Palestina aceite, os Árabes reconheçam Israel e parem de querer simplesmente riscar Israel do mapa. Porque se der errado, em alguns anos, mesmo quem viveu estes dias, pode esquecer toda a história e basear suas opiniões em teses e desconfianças...

Seja contra o que escrevi! Sem crise! Mas para argumentar, apresente dados, imagens, contestações históricas do que apresentei, não apenas narrativas ou desconfianças. E pesquise o que apresentei, não seja contra simplesmente por ser. Por favor...

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
http://www.ministeriocompartilhando.com.br

terça-feira, 10 de outubro de 2023

A respeito da Tese dos Dois Estados e outros pontos na questão do Oriente Médio envolvendo Israel

Olá! Graça, Paz e Alegria!

Confesso que hoje "alegria" é apenas no Senhor mesmo, porque desde ontem (09/10/2023 - hoje, dia da postagem, é dia 10) estou um tanto triste por conta de um papo torto no Facebook...

E por conta disso, estou por aqui para tirar as teias de aranha do blog, fazer uma faxina de primavera e apresentar meus comentários sobre o assunto.

O tema é o que está acontecendo no Oriente Médio. Então, muito atual no momento que escrevo! Como vai ficar na Internet, não sei quando alguém poderá acessar, por isso, além da data que deve estar registrada pela postagem, fiz o registro da data no começo deste texto. E devo repetir ao longo dele.

Antes de qualquer definição sobre um assunto:

Um brasileiro que mora em Israel falou ao vivo em um programa que tentou tirar o foco do que ele estava falando reclamando que ele estava gritando e que não era o foco algo que contraria a tese de muitos sobre o que Israel faz contra os palestinos, alegando até genocídio. Tire da mente a alegação que ele gritou e que não era o foco do programa, e leve em conta o que ele falou.

Eu recebi a recomendação hoje (10/10/2023) desse vídeo que é ainda melhor que outro que assisti e recomendei no Facebook ontem. Nele, Marcos Susskind revela que é neto de judeus que foram alvo do que Hitler fez na Segunda Guerra. Ele revela que não conheceu muitos dos antepassados porque sofreram com os nazistas. E que antes daquele momento, havia 18 milhões de judeus. Mais de 70 anos depois, ainda são 15 milhões apenas. Os números mostram que houve um massacre dos judeus, que não chegaram nem ao tanto que havia mais de 70 anos atrás! E há quem tente negar o massacre...

Ele continua dizendo que os palestinos deixaram Israel com 750 mil pessoas. Hoje seriam 4.540.000 (mais de 4 milhões). E ainda tentam dizer que há um genocídio contra eles perpetrado pelos judeus! Sei que há os que fazem coisas erradas, mas os dados não confirmam o alarme que se faz diante do que os judeus fariam! Essa é a história! A condição do povo pode ser questionada, e entendo que deve ser, mas genocídio que aumenta o número de pessoas não existe! Mente quem repete isso!

Pesquise esse vídeo! Citei o nome (Marcos Susskind) e alguns dados para que você possa pesquisar. De nada adianta eu recomendar o link aqui porque ele pode sair do ar, mas se você pesquisar, mesmo que saia do ar o que eu encontrei, você poderá encontrar o mesmo vídeo em outra publicação.

Mas eu não quero dizer que um lado tem razão e o outro não. Não quero defender um lado e ter o outro como completamente errado. Eu tenho um entendimento com base na Bíblia, porque como pastor sigo esse livro como regra de fé e prática, não sigo apenas o que interessa nem faço compartimentação de pontos ou de testamentos. Só há um ponto do Antigo Testamento que não precisamos seguir com todos os detalhes, mas ele não foi abolido e se alguém quiser seguir, pode, que é a Lei. Em Jesus não precisamos nos preocupar mais com isso, mas se alguém preferir se preocupar em seguir a Lei, ela não foi abolida! Mas tem que seguir tudo e o negócio é complicado demais, por isso a Graça em Jesus é muito mais chamativa. Paulo trata disso nas cartas do Novo Testamento, principalmente, mas não só, em Romanos.

Então, antes de pensar em dizer que não precisa levar em conta o Antigo Testamento porque em Jesus temos a Graça, não se esqueça que a Lei não foi abolida. Não precisamos seguir, mas se alguém o fizer, não fará errado necessariamente. Vai errar ao não conseguir seguir tudo... Mas o argumento de muitos é querer que siga todos os detalhes e se não faz isso, pode deixar tudo de lado. Então, o Antigo Testamento não deveria estar na Bíblia! E historicamente, houve esse movimento logo no começo do cristianismo, antes até da definição do Cânon do Novo Testamento, onde entre outras coisas, a HERESIA defendida por Marcião (ou Marción, dependendo da tradução é possível encontrar até outra forma de escrita, mas com essas duas opções acredito que você encontre mais informações fazendo a pesquisa por conta própria) que previa a Bíblia cristã com apenas um dos evangelhos, se não me engano com Lucas, apenas com a parte histórica e suprimindo toda alusão ao Antigo Testamento, além de incluir algumas cartas de Paulo, mas fazendo o mesmo exercício: suprimindo alusões ao Antigo Testamento.

Logo, a ideia não é nova... Mas foi tida como heresia desde o começo...

Há uma ideia que Israel apronta muito contra os palestinos. Mais uma vez: eu não me iludo achando que isso não aconteça. Mas penso que quem faz qualquer ação extrema é radical. No caso de Israel, os radicais não comandam a política nem encontram apoio da nação como um todo. Se fizerem, e não me iludo que não haja quem faça, fazem por conta própria. Mas os dados do vídeo citado no começo mostram uma realidade diferente do que definem para o caso!

Agora, do que dizem que Israel faz, se realmente fizesse, não haveria nem Palestina, nem qualquer país Árabe mais! Exageram muito no que dizem que Israel faz, até por conta do fato de quem faz, se faz, são os radicais e eles não estão no poder político da nação. Esse ponto é importante no pensamento que estou desenvolvendo aqui.

Agora, do lado dos Árabes, muitos países são governados pela ala radical da fé. Diferente do que acontece com Israel. Os radicais são incentivados e apoiados pelo poder político de muitos países islâmicos. Mais uma vez: não é 100% dos casos! Não existe essa dualidade em casos assim. Não tem como colocar todos no mesmo pacote. Mas há muitos casos entre os Árabes que acontece dessa forma.

Não precisa acreditar em mim. Mas não acredite em quem defende um lado e critica o outro, porque essa pessoa vai exagerar ou acreditar apenas no que interessa para fortalecer o que prefere! Temos a possibilidade de pesquisar na Internet de forma livre e encontrar as informações por conta própria, mas muitos preferem acreditar em quem diz o que prefere, mesmo que não encontre eco na realidade.

Vou insistir num ponto: que deve ter israelense aprontando com os palestinos, eu não tenho dúvida! Mas da forma como se fala, parece que é a Nação como um todo, e não é assim. Os radicais não estão no poder político. Aliás, sem guerra, a Faixa de Gaza não recebe, por exemplo, energia elétrica de um país árabe. A energia elétrica da Faixa de Gaza sem guerra vem de Israel! Guarde essa informação e pesquise por conta própria! Se Israel quisesse acabar com os palestinos, por que manteria esse fornecimento sem guerra? Que procurassem com um país árabe, então!

Se eu alerto que há radicais islâmicos e que muitos são apoiados por líderes políticos de vários países islâmicos, podem tentar dizer que estou gerando preconceito contra o Islã. Mas se eu alerto que há radicais israelenses que aprontam com palestinos, mesmo que sem o apoio do poder político da Nação como um todo, e ainda tento fazer parecer que é todo o Israel o culpado, aí é só alerta histórico. É sério isso?!? Esse pensamento é louco!

Se para um lado é alerta histórico, para o outro também o é! Se é tentativa de gerar preconceito para um lado, para o outro também o é! Que loucura é essa que para um lado pode e para o outro não?

E ainda tem a questão que em Israel os radicais não estão no comando político, mas em países árabes, em muitos os radicais estão no comando político! Pesquise por conta própria e seja sincero com a realidade!

Faça um exercício depois de pesquisar como são os países onde os radicais islâmicos estão no poder: Se o Templo dos judeus estivesse em Jerusalém e esses radicais (não falo dos que não são radicais, falos dos que são) tivessem a chance, ele estaria no chão em quantos minutos? No entanto, há anos há uma Mesquita no local onde os judeus entendem que deveriam reconstruir o Templo dos tempos Bíblicos e ela está lá. Ah, mas há um acordo internacional... E os radicais islâmicos respeitariam acordos internacionais? Pesquise como são as coisas nesses países! Mas não ache que todas as pessoas que seguem a fé islâmica pensam da mesma forma, porque nem todos são radicais. Agora, os que são, fazem um estrago tremendo, porque muitos lideram politicamente suas nações.

Entendo que a Bíblia não prevê a ideia dos Dois Estados, ainda que eu possa ter um posicionamento que até permitiria essa realidade, desde que ao menos Jerusalém não seja dividida e fique com os judeus, pois isso cumpriria algo sobre "habitarem diante dos irmãos" que vou apresentar mais adiante no texto. Mas antes de seguir com o que eu entendo, preciso dizer que se você acredita nessa tese dos Dois Estados, só existe uma possibilidade para isso: defender Israel. Porque os radicais islâmicos que comandam politicamente seus países dizem que precisam extirpar Israel como se faz com um câncer. Pesquise por conta própria e você vai encontrar textualmente isso! Para esses radicais islâmicos não existe a tese dos Dois Estados! Defender esses radicais é defender que Israel deixe de existir e se você defende Dois Estados, não deveria defender o que esses radicais fazem. Insisto que entre os seguidores da fé islâmica não há apenas os radicais, mas muitos dos que são comandam politicamente suas Nações e para esses, Israel é um câncer que precisa ser extirpado. Sem Israel, não tem Dois Estados. Para muitos, tendo Israel não tem como ter. Logo, parece que na prática, poucos acreditam que isso seja viável de fato, mas defendem a tese para parecer que estão buscando uma solução, mas no fim, acabam tendendo mais para um lado e acham que o outro não quer, então deve ser combatido. É uma loucura, porque as pessoas nem notam isso, mas na prática, defendem um apenas...

Seguindo com o que leio na Bíblia:

Leio já em Gênesis 17.8 que a terra de Canaã é dada aos descendentes de Abraão a partir do filho da promessa, Isaque, em POSSESSÃO PERPÉTUA. Não tem "letras miúdas" nesse acordo. Não tem como acreditar na Bíblia e pensar em outra possibilidade.

Também leio na Bíblia a situação de outros descendentes de Abraão, como de Ismael, em Gênesis 16.12:

"Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos."

"Habitará diante" e não no meio. Por isso, entendo que há espaço para esses descendentes, mas não na Terra Prometida. Essa é POSSESSÃO PERPÉTUA.

Ah... mas o judeus saíram de lá...

Bom, leio em Deuteronômio 30.1-5:

"1 Quando te sobrevierem todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que pus diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações para onde o Senhor, teu Deus, te houver lançado,
2 e te converteres ao Senhor, teu Deus, e obedeceres à sua voz conforme tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma,
3 o Senhor, teu Deus, te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todos os povos entre os quais te houver espalhado o Senhor, teu Deus.
4 Ainda que o teu desterro tenha sido para a extremidade do céu, desde ali te ajuntará o Senhor, teu Deus, e dali te tomará;
5 e o Senhor, teu Deus, te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais."

Quem segue a Bíblia não pode ir contra isso, porque isso seria ir contra a decisão de Deus. Não devemos fazer isso se seguimos a Bíblia!

De qualquer forma, se dependesse das Nações Árabes, desde a fundação moderna não haveria Israel. E para eles, Israel é um câncer que deve ser extirpado.

Logo, não vejo solução de Dois Estados nem na Bíblia, nem na visão das Nações Árabes! E no fim, tentam dizer que é o que Israel faz que define não ter condições para a tese dos Dois Estados. Isso é mera vontade própria, não tem eco na realidade dos fatos! Mas as pessoas não aceitam, entendem como querem e acham que estão com a razão.

Foi um papo desse que me deixou triste ontem e que me fez escrever esse texto para postar no blog ainda antes de dar "bom dia" como faço todos os dias, permitindo o Senhor, nas redes sociais.

Agora que escrevi, sei que muita gente que venha a ler pode não concordar, querer dizer que é diferente, mas não me comovo. Pesquiso por conta própria, para além do que prefiro. E sinceramente, pessoalmente sou favorável a essa tese de Dois Estados, mas não dividindo Jerusalém ao menos! Acontece que mesmo que eu seja favorável, não vejo possibilidade de ser assim do ponto de vista tanto da realidade, porque Jerusalém teria que ser dividida e isso não existe, quanto do ponto de vista da Bíblia. Sem dividir ao menos Jerusalém e permitindo a reconstrução do Templo, talvez seja possível, mas sinceramente, você acha que seria assim?

E nem entrei no assunto da Escatologia e da Volta de Jesus, porque se você não sabe, há muitas coisas que se relacionam com Israel ao pensar nesses temas, mas deixo para outro momento.

Independente do que eu possa preferir, eu abro mão de qualquer preferência e clamo para que o Senhor realize a Sua vontade aqui na Terra como é feita no Céu!

É como vejo esse assunto.

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
http://www.ministeriocompartilhando.com.br

sábado, 9 de setembro de 2023

Dica para economizar dados nas mensagens em Vídeo do Spotify

Olá! Graça, Paz e Alegria!

Em alguns dias, permitindo o Senhor, o Ministério Compartilhando vai divulgar as mensagens matinais, as Breves Meditações (com menos de um minuto) em vídeo também no Spotify.
Devemos repetir essa recomendação quando começar essa divulgação, permitindo o Senhor, mas já fica o registro para o caso de quem preferir seguir as mensagens em áudio apenas (e isso vale para qualquer podcast que você acompanha no Spotify):

- em tablet ou smartphone, entre nas configurações e procure por algo relacionado com a "economia de dados". Uma das opções deve ser a que permite acompanhar apenas o áudio de podcasts que também são divulgados em vídeo.

- no PC, notebook e afins é possível clicar no "x" na coluna onde está o vídeo e ele fica "flutuante". Se você clicar no "x" do vídeo, ele fecha, e você segue acompanhando o áudio apenas.

Há situações que o vídeo ajuda e como muitas pessoas preferem, logo fazermos essa divulgação de uma das mensagens que postamos por dia em vídeo também no Spotify, permitindo o Senhor. Mas há momentos que as pessoas preferem economizar pacote de dados ou entendem que mesmo que não seja necessária essa economia, será bobagem manter o vídeo, porque só vai poder ouvir mesmo, aí é melhor usar a opção de ter apenas o áudio para consumir menos internet, mas continuar acompanhando o podcast. Tanto o do Ministério Compartilhando como outros que você acompanha.

Nas outras plataformas que o podcast do Ministério Compartilhando está, teremos apenas o áudio por enquanto, porque divulgamos pelo Spotify e essa plataforma permite que os outros agregadores divulguem o conteúdo, mas até o momento, pelo que conseguimos de informação, as demais divulgam apenas o áudio quando o podcast está em outra hospedagem.

Fica a dica!


Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Por que tarda o avivamento?

Olá! Graça, Paz e Alegria!

Sei que há um livro com um título parecido. Mas não estou indo necessariamente na direção do livro. Estou preocupado com o rumo que as coisas estão tomando na pregação do Evangelho e do testemunho por parte de alguns em nossos dias, bem como com a realidade que novos evangelizados (talvez alguns pequeninos - não apenas crianças em idade, mas pensando em novos convertidos) estão tomando contato com uma mensagem estranha (e podendo tropeçar por isso), e é com isso em mente que escrevo na mesma linha da ideia que dá título ao livro que ainda tem um "pleno" antes de "avivamento", livro de Leonard Ravenhill.

Sim, é um texto longo e poderia ser maior, porque apresento os pontos mais discutidos e os mais negligenciados a cada momento que alguém tenta fazer parecer que o seu candidato preferido representa melhor os "princípios Bíblicos"! Mas acredito que quem "pagar o preço" da leitura poderá ter a chance de, se for necessário, ajustar as coisas no pensamento, nas falas e nas ações. E se não for necessário ajustar, será para edificar e fortalecer!

Minha preocupação não é com defender ou ir contra qualquer dos candidatos. A minha preocupação como Atalaia nesse assunto é essa loucura de tentar fazer parecer que se votar em um deles será seguindo princípios Bíblicos. Precisamos tomar cuidado com isso!

Mateus 7.13-14:

13 Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, poucos são os que a encontram.

Mateus 19.26: Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.

Quando dizemos que defendemos princípios Bíblicos, temos que tomar cuidado com a forma como fazemos isso. Porque não podemos fazer ou cobrar uma coisa e fazer vistas grossas com outra! A porta é estreita, tem que tomar cuidado com tudo!

Mas quando aceitamos a Jesus verdadeiramente como Senhor e Salvador, o Espírito Santo nos encaminha naquilo que é verdade. E não precisamos ficar tomando cuidado com cada ponto a ser observado, mas temos que aceitar a direção do Senhor e praticar. Quando, por qualquer motivo, desviamos o nosso olhar, corremos o risco de começar a afundar no caminho do erro!

Todos os princípios que defendemos, nós anunciamos e praticamos. Não devemos nos preocupar com definições legais ou encaminhamento de seres humanos. Anunciamos a tempo e fora de tempo, como nos recomenda 2 Timóteo 4.1-5:

1 Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino;
2 prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino.
3 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos,
4 e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.
5 Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.

Não buscamos favores ou favorecimentos das coisas humanas, mas seguimos fazendo mesmo com adversidades: pregamos e testemunhamos com a prática de nossas ações. As pessoas podem se unir em ideias e conceitos que acham verdadeiros, seguindo "influenciadores digitais" ou gostando apenas quando uma postagem, um texto ou uma fala em vídeo ou áudio agrade o que prefere (tendo mestres segundo os próprios desejos), podem querer que meras opiniões (que devem ser respeitadas) sejam tratadas como verdade, quando opinião é uma coisa, verdade é outra (logo, se desviam da verdade e preferem fábulas), mas nós abrimos mão das "coisas agradáveis" ao entendimento e seguimos na direção da vontade do Senhor.

Não podemos defender alguns princípios e fazer vistas grossas quando outras coisas igualmente importantes são negligenciadas. A porta é estreita!

Vote em quem você quiser! Mas não defenda que o seu preferido representa o cristianismo ou os princípios Bíblicos!

Gostem ou não, nenhum candidato representa a totalidade nem da lista que cito abaixo, nem de tantas outras coisas que não citei. Reclamar de um por algumas coisas e calar sobre o outro por conta de outras não é seguir princípios Bíblicos, é partidarismo! E esse conceito é igualmente errado segundo a Bíblia. O que é certo para um, será para o outro, e o que é errado para um, será para o outro. Quando é errado para um, mas para o outro a gente acha "explicações", quando falamos do errado em um, mas "abafamos" sobre os erros do outro, é partidarismo, não é seguir princípio Bíblico! 

E não tem essa de "pelo menos tem mais coisas" porque Gálatas 5.22 nos fala de "FRUTO do Espírito", no singular mesmo: não tem como apresentar uma parte e ter o fruto todo. É necessário ser completamente direcionado pelo Espírito. Quem erra mesmo conhecendo a Palavra (porque não somos infalíveis) conta com o Senhor para correção, mudança, misericórdia e ajuste. Não conseguimos o tempo todo fazer as coisas certas, mas não ficamos repetindo os mesmos erros, porque isso seria permanecer no pecado! A porta é ESTREITA!

Apresento uma pequena lista:

Sou contra o aborto. Mas entendo os dispositivos legais e as crises diante de um crime que leve a uma gravidez. Precisamos ter consciência que o Senhor vê o coração, não vê como nós vemos. Eu não deixarei de ser contra, mas sempre entenderei que o livre arbítrio é uma realidade dada pelo Senhor e não sou eu quem tem que decidir por outra pessoa. Posso dizer o que penso e vou dizer, mas o Senhor dá o livre arbítrio para cada pessoa encaminhar as coisas.

Sou contra palavra torpe. Não negocio com isso. Não entendo que apenas "palavrão" seja palavra torpe, mas esse tipo de linguajar figura sim no "topo da lista" das palavras que devem ser deixadas de lado. Com a direção do Espírito Santo somos sim capazes de tomar cuidado com as coisas que falamos para deixar de lado toda e qualquer palavra torpe, desde palavrões até coisas que não edificam nem ajudam em nada.

Sou contra a legalização das drogas. E entendo que existem drogas aceitas e legalizadas, o que já é errado no meu entendimento! Mas, da mesma forma, não posso deixar de lado a ideia do livre arbítrio dado pelo Senhor. Vou pregar contra, anunciar que é possível viver sem isso, mas de nada adianta um dispositivo legal para impedir. Não é suficiente espiritualmente falando. Mesmo que um político encaminhe leis a favor ou contra o meu pensamento, nunca deixarei de ter a responsabilidade de seguir pregando! Luto contra, mas sei que não será uma lei que resolverá isso. Só a direção do Espírito Santo resolve!

Sou contra a explosões de temperamento. Pedro era sim explosivo, falava logo, era capaz de dizer que Jesus era o Cristo direcionado pelo Espírito e repreender Jesus com relação ao revelado sobre os sofrimentos que Ele passaria direcionado pelo diabo. Foi capaz de cortar a orelha de um dos que estavam lá para prender Jesus para defender o Mestre e negar em seguida, dizendo que nem conhecia! Mas depois da ressurreição e da descida do Espírito Santo, Pedro mudou! Ele mesmo foi preso e não cortou orelha de ninguém, antes se alegrou por ser achado digno de sofrer afrontas pelo nome de Cristo. Então, temperamento explosivo o tempo todo é comparado com Pedro de ANTES da descida do Espírito Santo. Logo, falta a direção do Espírito para mudar!

Sou contra as armas. Entendo que elas não resolvem nada. Entendo a ideia de uma guerra e me preocupo com isso, porque tudo fica complicado numa situação dessas. Mas como tese eu sou contra as armas. Sei da necessidade na segurança pública, até por conta dos que não respeitam nem mesmo a lei e podem ter esse tipo de coisa mesmo que a lei definisse que não poderiam, mas tenho sérias preocupações com um "libera geral" (ainda que com regras, deixar mais fácil o acesso) para qualquer pessoa. Se os que não respeitam a lei já conseguem até com leis restritivas, se as leis são afrouxadas e mais pessoas podem ter, será mais fácil para os que não respeitam ter mais ainda. Jesus recomendou contra a espada e mesmo quando falou que poderia ser necessária, quando revelaram que tinham alguma coisa, Ele encerrou o assunto, o que me faz pensar que Ele tinha outro ponto a apresentar naquele diálogo, ou diria que era para "conseguir mais" antes de seguir.

Sou contra a ideologia de gênero. Entendo que macho e fêmea foram criados. Entendo que Romanos, não apenas Levítico, recomenda contra sexualidade fora do "homem e mulher" e tem mais outras recomendações para se viver a sexualidade de acordo com o padrão de Deus, sendo que não é só a questão "homo" que apresenta problemas. Mas isso me preocupa quando chega dentro da igreja! Porque quem vive o pecado deve sim ser acolhido e convidado a mudar. Nunca pode ser "expulso". Até pode ir embora por conta própria como aquela pessoa que se aproximou de Jesus e tinha bens se afastou quando foi recomendado que abrisse mão desses bens, não "expulso". Só que a igreja não pode negociar com esse ponto! Acolher, receber, conviver, é uma coisa e é importante. Mas não será certo, é algo que precisa mudar diante do Senhor. Acontece que nenhuma lei e nenhuma disposição humana poderá mudar como eu penso: mesmo que eu seja perseguido por entender como entendo, seguirei o mesmo caminho. Logo, não espero isso "do mundo", antes, até espero a perseguição, para ser exato!

Sou contra a mentira. Por isso me preocupo tanto com a igreja metida no meio da política, porque sempre tem muita mentira nesse meio. Não dá para negociar com isso, porque o pai da mentira é nosso inimigo!

Sou contra a degradação do meio ambiente. Verdadeiros criadores e produtores sabem que é preciso encontrar equilíbrio entre o lucro e a questão ecológica, ou tudo se perderá. A Bíblia diz que devemos sujeitar a terra, dominar, e eu entendo essa ideia como cuidado, responsabilidade, e não liberdade para fazer o que quiser e destruir a criação de Deus!

Sou contra as discussões intermináveis. Não faz sentido ficar sempre dizendo um "mas e tal coisa", aumentando o que se compara numa discussão, sem resolver. Cada coisa deve ser resolvida e de nada adianta comparar uma coisa errada com outra coisa errada. Cada uma deve ser resolvida e não servir de comparação para dizer que "é assim".

Há muitos outros pontos que posso apresentar com base nos princípios Bíblicos. Mas entendo que o Espírito nos direciona e acredito que já citei pontos demais. Pode parecer regra, lei, quando é apenas apresentação de entendimento das coisas que vejo na Bíblia.

Temos que tomar cuidado com essas e outras tantas coisas, porque a porta é estreita!

Diante disso tudo, penso que o avivamento tarda porque está faltando uma nova Reforma!

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Confirme a vontade do Senhor!

Olá! Graça, Paz e Alegria!


Precisamos tomar cuidado com tentar transformar o que preferimos como melhor em vontade do Senhor!

Acabe tinha seus profetas. Eles eram reconhecidos, entendiam que tinham autoridade (pois até teve um enfrentamento para confrontar a autoridade com Micaías), talvez muitas pessoas ouvissem o que eles falavam. Só que naquele momento, eles falavam sim em nome do Senhor, mas não para que se confirmasse o que eles falavam, antes era para enganar Acabe a fazer o que ele queria e achava que teria sucesso, mas que seria para o seu fim.

Muitas vezes, quando uma "pessoa de Deus" fala, muitas pessoas que gostam do que é falado já tentam dar legitimidade e autoridade. Entendem como "palavra do Senhor", porque agrada ao próprio coração e entendimento. 

Algumas vezes pode sim ser do Senhor! Mas nem sempre é...

O nosso coração pode nos enganar com o que achamos melhor! Algumas vezes, o Senhor pode agir pelo caminho que parece estranho e pior aos nossos olhos, mas completa a obra da melhor forma! E outras, o que vimos como melhor nem era tudo isso e o Senhor já nos leva por outra solução, muito melhor!

Talvez  consigamos notar quando a solução já se encaminha de forma melhor ao que nós entendíamos como bom. Mas e quando acontece como José, no livro de Gênesis, que a promessa era que ele seria grande e no fim, foi vendido como escravo, preso injustamente e esquecido na prisão antes do cumprimento? O Senhor pode agir assim conosco também! Ou só valia para José?

No texto recomendado, os "profetas" não estavam entendendo que o que eles falavam não era para "dar certo" da forma como eles apresentavam. Micaías foi o único a dizer como realmente as coisas estavam se encaminhando, qual era a verdadeira revelação, e ela não agradou, mas se cumpriu!

Talvez, os outros profetas fossem vistos como "homens de Deus". E Micaías como o "do contra", o "chato", mas no fim, ele era realmente o homem de Deus nessa situação!

Cuidado com achar as palavras que as pessoas dizem como sendo "de Deus" sem antes buscar no Senhor a confirmação. Não se apresse com isso só por agradar e confirmar que o que você pensa "estar certo", porque pode ser diferente! Se apenas agrada o que você prefere, pare um tempo para buscar sinceramente no Senhor. Se precisar, faça como Gideão e "coloque o algodão do lado de fora". Não apenas se agradar originalmente, faça mesmo que seja bem diferente do que você preferia, mas busque confirmação no Senhor SEMPRE! 

Então, busque a confirmação no Senhor e não na confirmação do que você prefere. Pode até ser confirmado que o que você entendeu vinha do Senhor! Mas pode acontecer de você estar vendo a sua vontade e querendo que ela seja a do Senhor, e aí, é melhor se acertar com o Senhor e aceitar a vontade Dele mesmo. Porque Ele tem compromisso com a Vontade Dele e não com o que você acha melhor!

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Opinião Pessoal e Livre Arbítrio

Olá! Graça, Paz e Alegria!

O texto que nos motiva nesta mensagem está em Mateus 19.16-22:

16 E eis que se aproximou dele um jovem e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
17 Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
18 Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho;
19 honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
20 Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda?
21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
22 Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.

A mensagem de hoje leva em conta uma situação da atualidade, para pensarmos como exemplo tanto para casos iguais como para outras situações que ocorrem na vida e que a ideia possa ser aplicada. Porque o texto Bíblico recomendado para a meditação, igualmente fala de uma situação específica, a interação de um jovem, sua motivação inicial em fazer a vontade de Deus e sua desistência diante da sugestão que Jesus fez. Meditar a respeito dessa situação específica pode nos ajudar a praticar as coisas em outras situações, quando entendemos que o Senhor está nos chamando, nos desafiando para fazer algo: mesmo que façamos o que a maioria entende como certo, podemos ter um chamado, um desafio específico para fazer algo mais. Preferimos mesmo fazer a vontade do Senhor se ela tiver um chamado, um desafio especial para nossa vida ou achamos que só temos que fazer o que todo mundo acha que é suficiente? Jesus pode nos chamar para ir além em nosso testemunho! E precisamos estar prontos, dispostos e disponíveis para atender ao Senhor em qualquer situação, e não apenas na questão financeira que seria o exemplo da situação do texto Bíblico que nos motiva.

Os cristãos não podem simplesmente agir com o desejo de fazer as coisas que são certas. Quando somos bonzinhos, agimos como aquele jovem do texto, que cumpria todas as observâncias da Lei. Na parábola do Bom Samaritano (Lucas 10.25-37), vemos um sacerdote e um levita (cumpridores da Lei) passando de largo diante de alguém com necessidades.

Além de fazermos as coisas boas para nossa própria vida (cuidar da nossa vida de santidade, tomando cuidado com as coisas erradas), devemos fazer algo mais. Dar frutos que brotem para a vida eterna é a nossa responsabilidade.

Boas atitudes só, não são o fim de tudo. Precisamos nos preocupar com todos, salvos ou não. Com os salvos, para que não venhamos a ser pedra de tropeço para que alguém se perca. E para os não salvos, para que eles venham a se converter (sem contar com também não sermos pedra de tropeço para estes também).

E precisamos, claro, ter ouvidos atentos ao desejo do Senhor. Como no caso desse diálogo de Jesus com o jovem, o Senhor pode nos pedir para deixar algo que não seja o necessário do ponto de vista do todo, de todas as pessoas. Nem todos são convidados a vender tudo e dar tudo aos pobres! Mas para esse, Jesus pediu. E se o Senhor pedir especificamente para você deixar algo que não pediu para outro? Está pronto para abrir mão para seguir a vontade do Senhor?

Depois dessa meditação inicial sobre o texto específico, que pode voltar a qualquer momento desta mensagem, da mesma forma, gostaria de pensar a respeito de uma situação que está na mídia e nas redes sociais como um assunto que desperta paixões exageradas e, com base nessa meditação, pensar tanto em casos iguais como em qualquer outra situação em que possa se encaixar o aprendizado que meditar nessa situação possa nos trazer!

E mais: gostaria que pensássemos nessa loucura que a exposição de um assunto ganha num dia e deixa de chamar a atenção no outro porque outro assunto surgiu. Muitas vezes, muda o tema que fica em evidência, vira "notícia velha" no mesmo dia! Se aproveitássemos as lições de um assunto para aplicar o que pudesse ter analogia em outras situações, talvez não teríamos tantos assuntos ganhando notoriedade e perdendo em seguida, antes, poderíamos encaminhar alguma solução real e que pudesse ser aplicada analogamente em situações minimamente parecidas ou que pelo menos houvesse um ponto de partida para encaminhar o assunto para a solução e não apenas para a discussão como muitas vezes acontece até com assuntos repetidos. 

Não nego a necessidade de discutir os assuntos! Apenas acho estranho as discussões que nunca acabam, sempre voltam, e não se encaminha uma solução. Em vez de discutir até assuntos iguais novamente, seria melhor aproveitar as situações já discutidas para ter encaminhamentos que pudessem ajudar numa solução tanto dos assuntos iguais como dos análogos ou até diferentes, mas que permitem pensar algo a partir de uma situação anterior. Parece que o pessoal gosta mesmo é das discussões sem fim em vez de querer encaminhar uma solução... o que parece ser conscientização, porque se o assunto está sendo discutido, estamos tentando conscientizar a respeito de alguma coisa, mas no fim contraria 2 Timóteo 2.23 ou Tito 3.9 que nos recomenda tomarmos cuidado com as discussões sem fim... A discussão tem sua importância, mas para encaminhar algo e não apenas por discutir...

O assunto que penso para este momento é o aborto negado judicialmente a uma menina de 11 anos que foi estuprada.

Primeiro ponto: pessoalmente, entendo que o aborto não é algo que deva ser feito. Mesmo que digam que sou homem e não posso opinar, eu não digo com base em masculino e feminino, ou que digam que pobre não pode fazer, mas rico faz no exterior. Digo que não deve ser feito com base no que entendo da questão da vida e sua importância por conta da leitura da Bíblia. E a discussão da questão social de "pobres e ricos" não se aplica para mim, porque não importa se seja feito no Brasil ou no exterior, no mais profundo abismo, nos céus como águia, dentro da barriga do peixe grande, não importa onde, minha posição de que não deva ser feito continua a mesma. Essa é uma posição pessoal, que recomendo, mas é apenas pessoal. Espero que isso seja entendido na sequência do texto! Na questão social, quem é a favor do aborto pode e entendo que até deve discutir a questão de "pobres ou ricos", no país ou no exterior, mas quem seguirá sendo contra pessoalmente, nem tem como abrir essa discussão social no meu entendimento!

Segundo ponto: entendo a lei que define que o aborto pode ser feito em algumas situações, mesmo que eu seja contra em qualquer uma. Então, no que dependesse de mim, se fosse para eu tomar a decisão pessoalmente, e esse é o ponto – decisão pessoal e para atingir a minha vida, não a de outra pessoa, eu não seguiria a permissão da lei, por ser permissão e não obrigação, por entender que o aborto não deva ser feito. Mas a lei permite em algumas situações e a decisão deve ser pessoal.

Mesmo entendendo a crise, por exemplo, de ter uma gravidez onde seja constatado que o bebê não tem cérebro. Pessoalmente, fico em crise de pensar em levar a gravidez até o final com uma sentença dessas! Mas do ponto de vista da leitura da Bíblia, ainda que humanamente entenda as crises e pessoalmente passaria por elas se o Senhor permitisse uma situação assim envolvendo a minha vida, eu seguiria contra. Mesmo a medicina acertando na grande maioria dos casos, ainda há situações pontuais que há um erro médico! Assim, eu seguiria mesmo com toda a crise envolvida. Mas essa é uma posição que seria minha e para atigir apenas a mim! Como eu não engravido, poderia seguir dizendo o que penso e recomendando, mas não obrigaria uma pessoa a fazer o que penso. Faria pessoalmente, mas ao outro, posso apenas recomendar!

Vou retomar essa questão da decisão ser pessoal em alguns momentos. Afinal, ela é importante para pensarmos a questão do livre arbítrio! E isso não apenas nessa situação específica, mas em qualquer uma!

Mas antes, preciso ainda pontuar nesta parte que a questão das “vinte semanas” parece ser apenas norma interna do hospital onde o pedido para o aborto foi feito. Se a lei permite o aborto na situação da menina, mesmo eu entendendo que não se deva praticar o aborto nunca, o hospital deveria rever sua posição interna para não criar problemas contra a lei apenas para "desencargo de consciência" ou jogar com uma possível demora da justiça. Até entendo, e logo escreverei sobre isso, a questão de seguir regras de um clube para fazer parte dele, mas não sei se ela se aplica especificamente nessa questão do hospital e a possibilidade legal do aborto.

Agora, se a lei tem previsão de um prazo, isso igualmente deve ser respeitado e quem não concorda, deve lutar para mudar a lei, da mesma forma que se a lei não tem previsão de prazo, o hospital deveria se adequar ao aspecto legal e, se quiser que seja diferente, lutar pela mudança na lei. O que não pode ser feito é ter uma coisa na lei e uma pessoa qualquer, na justiça ou no hospital, querer encaminhar que outra pessoa venha a fazer diferente porque quer diferente. Na decisão pessoal, se tanto faz seguir ou não a lei (e o aborto pode ou não ser praticado em situações específicas, não é obrigatório), tudo bem. Para definir pelo outro, é necessário seguir o que a lei define e, nesse caso, a juíza teria que autorizar, mesmo que recomendasse pessoalmente contra. Acho que pessoalmente ela poderia falar fora do processo, pelo menos, entendo que no processo nem mesmo a posição pessoal poderia ser apresentada, mas como cidadã, poderia apresentar sua posição como qualquer pessoa. Na questão legal, não: a vontade e o entendimento pessoal não devem se sobrepor ao entendimento legal. Afinal, a mediação do assunto era com base no que a lei diz e não com base no que ela prefere!

Mesmo que a decisão dela seja na direção de impedir o aborto, e o meu entendimento é que o aborto não deva ser praticado, em tese não posso concordar com o que ela fez! Porque se eu gostar que a opinião pessoal de um juiz seja aplicada mesmo contra a lei quando concordo, um dia poderá acontecer de um juiz contrariar a lei e aplicar sua decisão pessoal igualmente, mas que seja diferente do que prefiro! Aí, não vou gostar, não é? Então, em tese, para seguir a questão da justiça, dos pesos justos que Provérbios apresenta, mesmo que eu concorde que o aborto não deva ser praticado, entendo que a juíza errou ao ir contra a lei. Gostaria que a lei mudasse, mas enquanto ela está em vigor, mesmo eu não concordando, ela deve ser aplicada! Não posso reclamar só se o troco errado veio a menos. Tenho que devolver se ele foi a mais! Não posso me calar se fizer contra a lei o que prefiro, pois um dia podem fazer contra a lei o que não quero! Precisamos que a lei seja seguida e não a opinião de cada um, ou sempre teremos decisões diferentes para casos iguais! E quando se aplica a lei, se não concordamos com ela, lutamos por mudança! Mas é melhor assim que "cada cabeça, uma sentença", pois um dia será como prefiro e no outro, completamente diferente...

Diante de tudo o que escrevi, preciso pontuar que eu pratico o que acredito pessoalmente e recomendo para os outros a mesma coisa. Não posso obrigar o outro a fazer o que eu acredito, a menos que seja uma decisão de uma comunidade específica. Aí, é como se fosse um clube com suas regras e para fazer parte do clube, tem que seguir as regras do clube. Não faz sentido querer estar no clube e fazer tudo diferente do que o clube define. Quando muito, se tenta mudar as regras, mas sempre que elas estiverem em vigor, para fazer parte, tem que seguir! 

Não sou obrigado a participar do clube, posso não participar, então, se decido participar, devo sim seguir as regras! Não sou obrigado a dirigir, mas se decido participar do clube das pessoas que dirigem, preciso seguir as regras desse clube! Não sou obrigado a fazer parte de uma igreja específica, mas se decido fazer parte, tenho que seguir as regras desse grupo!

Jesus recomendou ao jovem no texto Bíblico sugerido no início que fizesse algo para fazer parte do clube dos Seus seguidores. Ele não era obrigado a fazer, mas para fazer parte do clube, precisava fazer. Mesmo assim, Jesus não obrigou o outro a fazer o que Ele entendia que deveria ser feito! Recomendou, sugeriu, convidou...

Deus nos dá o livre arbítrio. Nem Ele nos obriga a agir de acordo com Sua vontade. Apresenta, recomenda, chama e convida, gera o querer e o efetuar, mas não obriga! No fim, decidimos se queremos seguir ou não. Para seguir, temos que obedecer, claro! Mas não somos obrigados a obedecer. Somos livres! Tudo é lícito, ainda que nem tudo seja conveniente. Podemos sim fazer tudo, até o que é errado, mas o que é errado não é bom fazer e devemos decidir se fazemos ou não, caso queiramos obedecer ou não a vontade do Senhor. O que muitas vezes se espera é fazer qualquer coisa e ter apenas as vantagens, o bônus, mas qualquer decisão de fazer ou não algo tem tanto bônus, tanto vantagem, quanto ônus, quanto consequência. Podemos fazer o que quisermos, mas temos que aceitar tanto o bônus como o ônus!

Algumas pessoas entendem que é certo impor ao outro o seu pensamento. Como alguns podem dizer que se a juíza era contra, ela não poderia dar autorização. Bom... se ela fosse a favor poderia mesmo contra a lei e na opinião de quem é contra? A conversa seria diferente, não é?

Então ela não deveria ser juíza com base na lei, antes poderia quando muito ser juíza de um "clube" como a ideia que apresentei acima! Se a lei permite, e se Deus dá o livre arbítrio, por que eu vou decidir pelo outro o que pode ou não? Nesse caso em especial, ela teria que seguir a lei, ainda que recomendasse pessoalmente diferente, e acredito que essa posição pessoal possa ser apresentada fora do aspecto legal. Não pode obrigar a vontade pessoal a outra pessoa... quando muito, mediar com base na lei ou na decisão do "clube", nunca só com base no entendimento pessoal. Com base no que entende pessoalmente, pode recomendar, ou sugerir, até dar o exemplo vivendo, sem crise, pois o entendimento pessoal seria para aplicar apenas para sua própria vida e por isso, entendo que se ela não está disposta a fazer o que a lei encaminha, ela não poderia ser juíza.

Deus dá o livre arbítrio e permite que a pessoa não faça o que Ele entende como certo. E eu vou ter que decidir pelo outro o que pode ou não ser feito com base no que eu acredito? Não! Eu posso falar o que entendo como certo, mas o outro faz ou não por decisão pessoal. Não sou mais que Deus! Se ele deixa a pessoa livre para fazer a vontade Dele ou não, eu não posso obrigar alguém a fazer o que eu entendo como certo... Posso sugerir, dar o testemunho com minha prática pessoal, mas não obrigar o outro...

Essa questão de querer que o outro faça o que eu acredito porque “é a vontade de Deus” parece bonito, agradável e parece certo. Parece que se eu falar qualquer coisa que não seja “faça ou não faça” estou sendo conivente. Mas isso é coisa do farisaísmo, não do cristianismo! O cristianismo joga sementes, convida, chama. Não impõe ao outro... até fala o que é a vontade de Deus, mas nunca obriga o outro, só convida, recomenda, dá testemunho vivendo, mas não fica cobrando! Quem cobrava era o farisaísmo! O jovem naquele texto Bíblico que iniciou esta mensagem foi embora depois da sugestão de Jesus. Não fez o que Jesus sugeriu. Jesus apresentou o que deveria ser feito, mas não cobrou nem obrigou, apenas convidou!

Faria mais sucesso uma mensagem onde eu falasse que se eu não recomendar apenas o que entendo como certo e ficar cobrando que se faça apenas isso, e ainda incluir a ideia que devo cobrar ou estou sendo conivente com o erro, do que uma mensagem onde eu realmente diga que o que eu acredito, mas deixando claro que a pessoa tem o livre arbítrio para seguir ou não. Mas mesmo fazendo mais sucesso, não seria Bíblica, não seria cristã...

A lei deve ser seguida, mesmo que pareça injusta. Jesus fala sobre dar a outra face, carregar a segunda milha, dar a capa se pedirem a túnica... A lei não obriga o aborto antes que digam que o aborto é permitido em algumas situações! Sim, é permitido, não obrigatório! Então, pode ou não fazer e assim, ainda mantenho o meu entendimento que não se deve fazer, e a outra pessoa pode decidir fazer mesmo não sendo o meu entendimento...

Não é por ter muito imposto e investimento errado, desvio, que posso "dar um jeito" ou "explicar" e não pagar o imposto. Devo dar a César o que é de César e não ficar explicando porque não estou dando... A lei deve ser seguida até o limite da negação direta de Deus! Isso por não devermos temer quem mata o corpo. Pessoalmente, não podemos desobedecer uma lei apenas porque a achamos injusta, mas devemos desobedecer e devemos estar prontos para a cova dos leões, para a arena, perseguição e essas coisas, se a lei for contra Deus, for para negar ao Senhor, for para prestar culto ou adoração a qualquer outro. Essa é uma regra que só pode ser desobedecida por disposição e ação pessoal! Eu não posso obrigar o outro a adorar somente ao Senhor, mas posso obedecer pessoalmente, mesmo que tenha consequências.

Por isso, devemos tomar cuidado com o que queremos decidir sobre a atitude do outro! Podemos recomendar, sugerir, convidar. Mas o próprio Deus dá o livre arbítrio para que a pessoa faça ou não a Sua vontade. Não posso querer ser mais do que Deus e decidir pelo outro! Sugiro, recomendo, convido, jogo sementes, mas a decisão não está na minha mão nem qualquer coisa que eu faça, na direção de concordar ou discordar, fará diferença no livre arbítrio pessoal. Eu posso dizer o que eu penso, e eu sou contra o aborto, posso recomendar e se a lei fosse taxativa, poderia cobrar que a lei fosse cumprida. Mas mesmo que a lei fosse taxativa contra, eu não poderia impedir a outra pessoa de fazer por vontade própria, como não poderia obrigar a outra pessoa a não fazer. Ela decide pessoalmente, com ônus e com bônus. Posso sugerir, recomendar, dizer o que eu penso e até praticar o que eu penso, mas não posso obrigar o outro a fazer o que eu prefiro, porque Deus dá o livre arbítrio e eu não sou mais que Deus...

Poderíamos seguir e pensar na questão das pessoas que tentam evitar a perseguição por lei, quando Jesus disse que se fizermos a vontade de Deus e mesmo assim formos perseguidos, somos bem-aventurados, já que disse que eu posso dizer o que eu penso. Alguém pode dizer que não se posicionar agora a favor do que prefere pode gerar no futuro a impossibilidade de dizer o que pensa. Mas, sinceramente, se esse dia chegar, eu prefiro continuar fazendo o que entendo como vontade do Senhor e ser bem-aventurado por ser digno de perseguição neste mundo por seguir a vontade de Deus do que tentar lutar contra e ser aceito por este mundo. Não vou preferir a perseguição, nem apressar ela, mas se ela acontecer, quero estar do lado certo pessoalmente e que meu testemunho possa impactar outras pessoas como foi no começo do cristianismo, onde a morte de tantas pessoas serviu para o avanço da mensagem por conta do testemunho.

Recomende, convide, chame, testemunhe! Mas não obrigue. Pois Deus permite o livre arbítrio e cada pessoa deve, pessoalmente, decidir, eu não posso decidir pelo outro.

Que o Senhor nos abençoe!

Até mais, permitindo o Senhor

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor