segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu voto em Marina!

Olá!

Estou escrevendo meu post inaugural um tanto inquieto diante do que li sobre a "mudança de voto" do Pastor Silas Malafaia! Não que eu queira aconselhar qualquer pessoa a votar em qualquer outro candidato. Longe disso! Minha inquietação é em cima do que li em sua carta "NÃO VOTO MAIS EM MARINA E DIGO POR QUÊ"

Para ler essa carta, você pode clicar aqui.


Eu preciso pontuar algumas coisas que foram a causa da minha inquietação diante da leitura:

1) Marina disse que pessoalmente ela é contra aborto e maconha. Ela não dissimulou, pastor Silas Malafaia! Ela disse que é contra! Para definir a verdade, o que deve ficar claro é que ela, apesar de se dizer pessoalmente contra, entende que um plebiscito deve ser convocado para a definição da situação. Mas é necessário fazer o registro que ela disse que é contra! E mais: ela disse isso desde o começo da campanha! Não disse apenas agora, mas desde o começo! O amado não estava acompanhado desde o início?

2) Ao fazer um plebiscito, aí sim o povo poderá ter todas as devidas informações! Quando aconteceu o plebiscito sobre o desarmamento, as pesquisas davam conta que a aprovação seria definitiva e categórica. Se foi o melhor caminho ou não, depois da discussão e da apresentação dos fatos de ambos os lados, a lei não passou como se queira originalmente. Ao "jogar para a torcida" como o amado pastor disse, ela estaria dando muito mais responsabilidades para nós, para fomentarmos a discussão, levantarmos os argumentos sociais, morais e no nosso caso, também os religiosos e de fé, sobre o assunto! E o próprio amado teria mais chance de ajudar na conscientização do povo, principalmente pelos meios de comunicação!

3) Como escrevi no primeiro ponto, ela se disse pessoalmente contra. Isso é ser radical em sua vida cristã. Agora, ao liderar uma Nação (que é diferente de liderar uma igreja, e ainda assim, alguns enfrentam problemas com pensamentos diferentes), é preciso cautela. Entendo que ela está sendo "simples como uma pomba e astuta como uma serpente" (Mateus 10.16) no "meio de lobos". Ela tem sua posição definida, mas precisa que todos "comprem" a ideia de sua posição na presidência para, daí, ouvir o próprio povo em assuntos delicados, que não serão decididos simplesmente por pessoas de fé, mas de todos os lados e todas as direções da sociedade, que é para quem ela governará se eleita.

4) Ela disse que é contra. Se o amado pastor diz que ela devia dizer isso, ela disse! Logo, não se justifica essa reação, a não que se quisesse que ela definisse por decreto essas coisas. Porque ela disse com todas as letras que ela é contra essas coisas, mas que tem que conversar com a sociedade, pois o assunto envolve muito mais coisas que apenas a posição pessoal de fé e moral. E como escrevi, esse seria o momento de aqueles que são contra, abrirem o debate, permitindo uma conscientização da sociedade. É claro que isso abriria a chance de outros que apresentam posição diferente também falarem, mas seria como no caso do desarmamento: se a decisão foi certa ou errada, não entro no mérito. Mas sem a conversa, as pesquisas davam conta de uma direção (com mais de 85% inicialmente) e depois das conversas, o resultado foi outro.

5) Quais são as raízes petistas nesse caso? Seria muito importante o amado esclarecer este ponto!

O amado deve votar em quem entender que deve votar e ponto! Mas as razões que o amado apresentou não são fortes o suficiente para uma mudança de voto, porque, infelizmente, mostra falta de conhecimento de tudo o que a candidata já afirmou. E desde o começo!

Ela tem posição contrária. E eu também! E como ela, entendo que devemos fazer o plebiscito sim, para uma maior conscientização da sociedade. E nós teremos que trabalhar nessa direção. Até porque, mesmo que não se faça a opção por isso, alguma movimentação popular como no caso da "Ficha Limpa" pode surgir a qualquer momento e o assunto entrar na pauta, quer seja decisão do presidente (quem quer que seja) ou não, com a mídia a favor ou contra. E talvez, se tiver um clamor popular antes, não seja tão simples fazer o trabalho de conscientização depois...

Se o amado entendeu que deve deixar de votar na Marina porque ela tem posição em cima do muro, lamento, mas isso é injustiça! Porque se o amado ouviu ela falando do plebiscito, deveria ter ouvido o que ela disse antes, falando que pessoalmente ela é contrária. E se o amado nem ouviu nada, mas foi por alguma informação que chegou a esse entendimento, quem informou não revelou tudo! Ela é pessoalmente contra, mas entende que a sociedade precisa discutir de forma madura o assunto, para que não seja apenas uma decisão tida como religiosa e fundamentalista, mas fundamentada na ampla discussão que será realizada caso tenha mesmo tal plebiscito, permitindo que nós possamos dizer que somos contra por questões de fé, questões morais, sociais e todas as razões porque somos contra, não apenas por opção religiosa. E, insisto, ela ser a favor ou não de plebiscito, não muda o fato de que a sociedade pode se organizar e como foi com a "Ficha Limpa" encaminhar questão. Esquecer dessa possibilidade, é ser minimamente informado sobre as possibilidades. A mobilização popular pode ser aliada ou ir contra a decisão de um governante. Não levar isso em conta é ser muito ingênuo!

Espero que o amado, que tem muito mais visibilidade que eu possa ler este texto e fazer os ajustes necessários. Não no voto, porque o amado pode votar em quem quiser votar! Mas na visão errada de que Marina está em cima do muro, porque tal visão é injusta e não se confirma com as falas da Marina desde o começo, principalmente em debates, como os promovidos por Redes Católicas e o da Rede Record, onde ela disse que pessoalmente é contra, mas entende que a sociedade precisa conversar sobre o assunto, ser mais informada e decidir. E não esqueçamos que mesmo que ela não queira (ou qualquer outro governante também não queira), a mobilização popular pode levar a tal, talvez nos dando menos tempo e espaço para discussão e conscientização. O Congresso pode votar e, mesmo que haja veto, o veto pode ser derrubado! Logo, ela não está em cima do muro! Ela é contra!



Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
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