quarta-feira, 24 de abril de 2013

Seria o "barulho" o problema?

Graça, Paz e Alegria!


Vejo muitas notícias de vizinhos que se incomodam, dizem, com o barulho que as Igrejas do bairro fazem...

Vejo algumas notícias de reclamações sobre esse barulho, acionando a polícia ou alguém especializado e, sem a devida medição do som, a Igreja já deve abaixar o volume...

Vejo alguns casos exagerados, onde o vizinho entra na Igreja agredindo ou até dando tiro, reclamando do barulho...

Mas, ainda que o som possa mesmo estar alto em alguns lugares, não está em todos. E existe um limite de tolerância legal que, mesmo que não seja o que eu goste, se ele for respeitado, todos estão sendo respeitados. Por isso, quem é acionado para verificar uma reclamação de barulho deve avaliar com equipamento para saber se a reclamação está certa do ponto de vista da lei ou se é apenas intolerância...

Só que os mesmos que reclamam do som alto na Igreja, não reclamam em uma festa que aconteça na mesma rua... Alguns dizem que a Igreja é toda semana e a festa é só de vez em quando... E mesmo que o som da festa esteja mais alto, se tolera... com essa "ilusão" que o problema é a frequência...

Em muitos casos isso é realmente apenas "ilusão"...

Afinal, há festas que acontecem todas as semanas, onde jovens se juntam sempre nos mesmos lugares, com seus carros com sons "incrementados", e sempre fica com som bem mais alto que o limite aceito pela lei! E poucos reclamam... e os que reclamam, passam por chatos... Ou ainda, a polícia ou alguém especializado pode até ir ao local, mas diferente do que faz com uma Igreja (já mandando abaixar o volume, mesmo sem avaliar se ele está mesmo acima do que a lei permite), não há qualquer reprimenda, pois são apenas jovens se divertindo...

E mesmo que haja reclamação (quando há), ninguém se enfurece a ponto de entrar no meio da festa agredindo ou dando tiro...

Logo, o problema não está no barulho... porque se está, existe uma incoerência por parte de quem alega isso... Pois se é o barulho, qualquer barulho deve ser alvo da reclamação...

Isso se chama de outro nome, mas só é aplicado para outros grupos da sociedade, mesmo quando nem é de fato... Parece que o conceito de "Preconceito" mudou... E as pessoas gostam, desde que seja para favorecer a sua própria vontade ou opinião...

Ou se reclama de todos os barulhos ou, ao escolher o "barulho" que vai reclamar, a pessoa mostra incoerência na argumentação do barulho... Sinceramente, tenho para mim que qualquer exagero deve ser evitado e devemos reclamar sim, em nome de uma "política de boa vizinhança"... Mas os exageros e não apenas o que não se gosta... E de todos, e não apenas de um grupo... E independente da frequência...

Coerência... falta muito disso nas causas defendidas pelas pessoas hoje em dia... E pode ter certeza: se uma igreja abusar do som perto da minha casa e eu tiver a certeza que realmente passou do limite da lei, eu mesmo ligo reclamando! Não reclamo só de festas ou do que eu não gosto... Reclamo, quando devo reclamar, de todos... Igrejas, festas "de vez em quando" ou ainda aquelas que acontecem todas as semanas... Qualquer evento que ultrapasse o limite que a lei permite, deve ser alvo de reclamação, ou se deixamos passar algum, todos devem ter o direito de "deixarmos passar"...

Como não concordo com o "deixar passar" por ser "a primeira vez" ou "de vez em quando"... afinal uma pessoa que puxa o gatilho pela primeira vez pode fazer o mesmo estrago que aquela que já fez outras tantas... Entendo que ou a lei deve servir para todos, ou tem algo estranho nessa lei ou na execução dessa lei... Privilegiar um cidadão ou um grupo de cidadãos com base numa lei é ruim para a sociedade como um todo, da mesma forma que só fazer valer a lei para um grupo e não fazer valer para o outro... E mesmo que a lei traga benefícios para o grupo do qual eu faço parte, eu reclamo... quem me conhece, sabe disso... Afinal... se hoje me "beneficia", pode no futuro, "inverter" o benefício e ser incoerente a minha reclamação...

Não está certo dar benefícios para alguns, tirando de outros o mesmo direito... Em qualquer coisa, não apenas no "barulho"...

Forte Abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Seriam mesmo Bíblia e Religião culpadas?

Graça, Paz e Alegria!


Muitos dizem que a Bíblia ou a Religião legitimaram movimentos de ódio, guerra e matanças na História da Humanidade...

E não se dão conta que os mesmos que "usavam" a Bíblia ou a Religião seguiam preceitos adversos, diferentes dos defendidos tanto pela Bíblia como pela Religião, apenas "usavam" a religiosidade e a capacidade de credulidade das pessoas, que muitas vezes acreditam sem questionar...

Os que lutaram nas Cruzadas tinham interesse de domínio e de terras, não a verdadeira expansão do evangelismo bíblico... Usaram a credulidade e a religiosidade, mas nem mesmo sabiam o que a Bíblia dizia realmente (e se sabiam, não se pautavam por ela, fazendo até o oposto do que ela diz), pregavam o que queriam, usavam textos isolados e muitas vezes, nem textos Bíblicos usavam! Apenas diziam que usavam, mas não usavam de fato...

Os que fizeram a Inquisição também não usaram a Bíblia e a Religião, mas a religiosidade e a credulidade das pessoas. Afinal, a igreja precisava de posses e terras! Uma parte do processo da Inquisição pretendia apenas aumentar posses da própria Igreja! Podemos lembrar de um detalhe - Com a instituição do Celibato para o clero (algo que existe até hoje e é CONTRÁRIO ao ensino da Bíblia para a liderança religiosa - conferir no Novo Testamento, Primeira Carta de Paulo a Timóteo, capítulo 3, versículos de 1 até 13) e obrigatoriedade de conversão, a igreja passou a acumular bens por questão de herança do vocacionado celibatário sem herdeiros (e cada família precisava garantir um vocacionado!). Quando Galileu Galilei teve que se retratar com a Igreja, dentre outras coisas, por confirmar Nicolau Copérnico sobre, por exemplo, a questão de que a Terra era redonda e não quadrada, a Igreja provou que não conhecia Bíblia, pois a própria Bíblia diz que a Terra é redonda - Antigo Testamento, Livro do Profeta Isaías, capítulo 40, versículo 22, falando do Senhor que eles diziam que seguiam (mas se nem O conhecem, como realmente O seguiam?): "É ele o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina e o desenrola como tenda para nela habitar" - Logo, eles nem conheciam a Bíblia! Como poderiam usá-la? Usaram sim a credulidade e a religiosidade inerente a muitos seres humanos...

Logo, tanto a Inquisição como as Cruzadas, para citar dois exemplos da história ligados ao Cristianismo (que foi vítima de pessoas que pensavam em seus próprios interesses, muitas vezes indo contra o próprio Cristianismo, mas ainda assim "usando" o mesmo), apesar de se dizer que usaram a Bíblia, nem mesmo conheciam o que o texto diz ou foram contra deliberadamente, conhecendo e não vivendo... Não usavam a Bíblia ou a Religião, mas a credulidade e a religiosidade, pois iam CONTRA a mesma Religião e a mesma Bíblia...

E hoje em dia, porque alguns usam o texto Bíblico e não há quem os desminta (e os que fazem, são tidos por errados, hereges, contrários ao "ministério", ou ainda, apenas invejosos do "sucesso" - como se o "resultado" comprovasse alguma coisa no que diz respeito ao trabalho ministerial...), confirmando que o que fazem é "vontade própria", "interpretação equivocada" ou afins, se diz que de um modo geral a religião ou a Bíblia são ruins. Mas o que é ruim é forma como se usa dessas coisas e, muitas vezes, sem nem mesmo seguir essas coisas!

Acredito que a Religião e a Bíblia andam sendo "vítimas" nessa história e não culpadas, pois os que interpretam de forma errada e vivem de forma errada não estão de fato vivendo o que o texto diz! Mas por causa desses, a Verdade fica limitada a essa realidade de incitar o erro... Quando a Verdade não é essa e nem esses que usam a Bíblia ou a Religião na verdade vivem o que dizem os textos e as práticas religiosas de fato... E se instala o "preconceito" para com a Bíblia (sendo que os que fomentam essas coisas, ou não conhecem ou usam de forma errada o texto - A Bíblia tem culpa de ser usada de forma errada?) e para com a Religião, dizendo que todos são iguais... Isso é "preconceito"... Um "pré" entendimento de uma parte que se apresenta do todo, que se aplica ao todo, sem conhecer os detalhes do todo...

E isso pode ser ampliado para qualquer religião e qualquer "texto sagrado". Falo da Bíblia e do Cristianismo por fazer parte desse grupo, mas entendo que exageros existem em outros grupos também e o "preconceito" se instala dizendo que foi a Religião ou o "texto sagrado" que legitimou a atitude de um grupo, quando esse grupo nem mesmo segue os preceitos religiosos que diz legitimar seu ato ou nem mesmo conhecem o "texto sagrado" (ou conhecem, mas interpretam de forma completamente equivocada, comprovado pela história) que dizem que legitima sua atitude... Religião e "textos sagrados" são vítimas dos que querem fazer a própria vontade e não os culpados de tais atitudes...

Ou será que alguém que usou um livro de Física e Química para construir uma Bomba, por exemplo, na verdade se legitimou com o uso da Química ou Física ou fez um uso "equivocado" das mesmas? A "culpa" é da Tecnologia, da Ciência, da Química ou da Física? Ou a pessoa usou o conhecimento da forma como achou melhor?

E no caso da Tecnologia, Ciência, Física ou Química, elas garantem que até pessoas contrárias ao que se fez, criando Bombas, por exemplo, consigam entender o caminho que as pessoas que criaram percorreram para a criação. No caso da Bíblia, as pessoas que a "usaram" nem mesmo a conheciam (ou conheciam, mas não seguiam) e podem ser desaprovadas em sua forma de agir pela própria Bíblia que "usaram"... Eles inventaram algo e disseram que a Bíblia legitimava, quando não legitimava. Os que criaram a Bomba, por exemplo, usaram de fato o conhecimento para o desenvolvimento do artefato (qualquer pessoa pode seguir o mesmo caminho e ter realmente a comprovação nos textos científicos, diferente do caso dos que "usaram" a Bíblia e são por ela mesma desaprovados)... Seriam Tecnologia, Ciência, Química ou Física mais culpadas que a Bíblia, por dar realmente as bases de desenvolvimento, quando a Bíblia não dá, antes ela confirma que os que fizeram tais atrocidades nem conheciam a própria Bíblia, mas mesmo assim, prefiro deixar a culpa para os que realizaram os atos em vez de culpar as "fontes" utilizadas e, ou deturpadas, ou usadas de forma a trazer algo não tão benéfico... para os outros, porque para si e para o seu pensamento parecia bom...