quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O que as pessoas não entendem no conflito no Oriente Médio?

Olá! Graça, Paz e Alegria!

Estou quieto e me sinto consumido por isso. É uma "autocensura" para evitar comentários de quem acha que estou apenas dando minha opinião. Não estou, falo com base na história que muitos negam para realmente dar opinião como se fosse história. Não estou dando opinião, ainda que não seja possível tirar algo do meio do texto. Estou falando dos eventos, dos fatos históricos. Mas quem acha que a opinião dos outros é que é história, acha que a história que escrevo é mera opinião...

O que as pessoas não entendem no conflito no Oriente Médio - e nesse caso é o Conflito no Oriente Médio mesmo, não é simplesmente a guerra entre Israel e Hamas, mas todo o conflito, que tem esse novo capítulo entre esses dois atores - e é entre Israel e Hamas, não é contra a Palestina:

- Quando se fala da necessidade de Israel deixar de ocupar, pensa-se que seja a ocupação que acontece na Cisjordânia. Eu não tenho como negar essa realidade, mas as pessoas confundem o que acontece ali com o que acontece em Gaza e aí, é melhor tomar cuidado com esse tema, porque a confusão não ajuda, antes, faz criar teses sobre coisas que aconteceriam em Gaza, mas que não acontecem ali. Abafa-se as razões para a ação israelense ali na Cisjordânia e defende-se que é mera ocupação. As pessoas simples acreditam que se isso for retirado, o Estado Palestino nasce. Deveria ser assim, eu concordo. Mas na prática, não é assim tão simples. Em 2005, apesar das pessoas negarem, Israel desocupou Gaza. Até mortos conhecidos foram exumados e não ficou nenhum israelense em Gaza. Resolveu? Não. O Hamas tomou conta e temos o que acontece agora. As pessoas tentam fingir que Gaza tem essa ocupação. Não tem. É a Cisjordânia, onde, inclusive, o Hamas ou qualquer outro grupo terrorista ou extremista não apita e a Autoridade Palestina tem certa autonomia, dentro dos limites que Israel erradamente do ponto de vista internacional define, mas que por conta do que aconteceu em Gaza, mostra-se uma medida que carece de um pensamento diferenciado por parte da comunidade internacional. Há que se resolver o caso dos radicais para que realmente uma solução seja encaminhada.

- Cisjordânia e Gaza são a Palestina. Mas são áreas separadas, distintas, como se fossem estados diferentes de um país, cidades diferentes de um estado ou bairros diferentes de uma cidade.

- As ocupações são na Cisjordânia. Há exército, ações, postos de controle, estradas fechadas para israelenses passarem enquando palestinos esperam, porque os radicais matavam israelenses antes. Enquanto se define a ação terrorista do Hamas como mera reação, Israel fechar a estrada para defender os seus de ataques é tido como errado. Entendo como errado mesmo, mas se fosse para preferir entre Ação Terrorista e fechamento de estrada como reação, eu iria preferir o fechamento da estrada todas as vezes que fosse consultado, até ter uma solução de fato. Até por entender que ataque terrorista não tem explicação, não é mera reação, não pode ser classificado como nada, a não ser ataque terrorista e condenado sumariamente.

- O Hamas não age pela Cisjordânia, onde há ocupações. O exército israelense não deixa isso acontecer. Mas em Gaza, o Hamas age porque Israel deixou, em 2005, como parte da última tentativa de acordo que não prosperou. Mas Israel cumpriu mesmo assim uma parte, que era deixar Gaza. Mas acham que o Hamas reage pelo que acontece na Cisjordânia. Sem sentido, mas acham, e até tentam fazer parecer que Gaza está no pacote, negando os fatos históricos da saída de Israel de lá até com os mortos. O atual ataque é contra Gaza, para atingir o Hamas. Não há ataques na Cisjordânia, porque lá o exército já está agindo. O ataque não é contra a Palestina, mas contra o Hamas. Mas como os combatentes não vão para o deserto para lutarem entre si fora da cidade, pessoas que não estão ligadas com isso acabam sofrendo com as ações. O Hamas dificulta a saída das pessoas para que sirvam de "escudo", tanto para tentar impedir um ataque, como, caso o ataque aconteça, possa dizer que esses estão sendo atingidos. Mas quem tem má vontade com Israel não aceita a realidade.

- Veja que digo que a ocupação deveria deixar de existir. Apenas vejo que se acontecer na Cisjordânia como aconteceu com Gaza, a chance da história se repetir e os radicais tomarem conta é maior que de ter uma solução. Isso precisa ser levado em conta nessa equação. Também entendo como atitude hipócrita convocar os jovens para o serviço militar mas deixar nos EUA o filho do primeiro ministro. Não sou do tipo que escolhe um para estar certo e o outro para estar errado. Mas no caso em questão, o que se discute criticando apenas Israel é descolado dos fatos históricos e da realidade do que acontece naquele lugar. Muitas coisas são mentiras. Como, por exemplo, a que diz que a região já era Palestina e as terras foram tomadas. A Região tinha o nome, como a Região Amazônica tem esse nome. Mas não era um Estado independente, nunca foi. Sempre esteve sob domínio de outros, inclusive dos Hebreus nos tempos Bíblicos. O nome da Região era Palestina, mas não era um estado independente, autônomo, sempre outros dominavam a região e esse dominadores até eram os principais moradores.

- O que os radicais definem como ocupação não é o que acontece na Cisjordânia. As pessoas comuns defendem que seja isso, e que se isso se resolver, a solução chega. Mas os radicais, como o Hamas, que se aproveitou de Israel não estar mais em Gaza como está ainda na Cisjordânia, não pensam que a ocupação por parte de Israel seja apenas o que acontece na Cisjordânia. Eles entendem que Israel deve ser riscado do mapa, extirpado como a um câncer. A ocupação é o fato de Israel estar lá. Para esses, não existe Dois Estados: Israel deve ir embora, de preferência, ser exterminado. É preciso ter isso em mente e colocar na mesa essa realidade em vez de fingir que não existe isso. Não há genocídio em que o povo aumente. Não há apartheid quando há convivência, e ela existe por parte do israelenses com palestinos. Cuidado com palavras fortes que significam muito mais e são usadas apenas para impactar. Se elas forem usadas com frequência, vão se tornar "comuns" e quando acontecer realmente, as pessoas já não serão impactadas até que seja tarde demais. O desejo dos radicais é acabar com Israel, e nem assim se pode falar de genocídio, mesmo que eles consigam avançar e a população sofra uma queda, porque Israel tem como se defender antes que isso realmente aconteça. Em países árabes, israelenses não podem viver com tranquilidade, há até outros lugares do mundo em que isso é realidade - judeus passam por muitos problemas. Nem assim se deve falar em apartheid, ainda que seja uma tentativa de ir nessa direção. Mas não é e não é adequado falar como se fosse.

Poderia escrever mais. Mas como sei que essas coisas para muitos não são a realidade, apenas o que falo de Israel seria, e outras tantas que inventam mesmo contra a realidade histórica, prefiro parar por aqui neste momento. Se em outro momento entender novamente que devo escrever mais, volto ao assunto.

Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
http://www.ministeriocompartilhando.com.br